Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.

domingo, 31 de outubro de 2010

Conversas de ônibus

-Ruiva, entende assim: o amor que um dia sentiremos, será a antecipação do inferno. Que abram as portas! Morreremos felizes, o depois é consequência. 
-Mas eu não entendo!

-Essas coisas não são pra entender, existem para serem sentidas. Afinal, como dizia a loira: "Somos animais, somos sentimentalistas, nos apegamos facilmente ao que desperta nosso desejo"
...

Conselhos

Expele toda essa água suja que passa no teu corpo, nessas veias que não passam de canais de esgotos.
Expulsa esse sal que sai dos teus olhos e que te deixa com cede de tanto prová-lo e, cada vez mais, vai me sugando pela necessidade que tem de mim, da minha transparência potável!
Exorcize esse monstro que habita em teu ego, cada vez mais egoísta!
Tenta te entender mais, só assim entenderá as equações mostradas desde o início, descobre tuas incógnitas!
Por trás das pálpebras irá descobrir que o escuro é passageiro, abre teus olhos! Se o preto ainda persistir, pensa em mim, meu coração é ferramenta para achar a luz.
Junta tudo, aprende!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vírgulas

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca." (Oswaldo Montenegro)


É questão de inconstância mesmo, o tempo reajustará e alinhará as coisas!
E o medo que isso tudo gera, vai cessando e aos poucos as coisas vão ficando mais perceptíveis.
E acabo de descobrir que o acaso existe e tudo, ou certa parte das coisas, é obra da coincidência - apesar de crer um pouco no destino - mas devemos fazer por onde as coisas que nos foram dadas a partir disso, dar certo. 
O medo que sinto é natural e o tempo ficará responsável pela naturalidade das coisas. 
O anseio que sinto é natural, a aflição é um sofrer antecipado. 
O silêncio lateja nos ouvidos, incomoda um pouco, mas amar é aceitar o silêncio alheio. Amar... É isso mesmo? Sei lá, mas ta bom até aqui.
Prometo não te engasgar com perguntas e afirmações, apenas respire, mantenha-se viva, isso é o necessário pra mim!


Não somos pontos, somos vírgulas em meio a tantas palavras.