Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Paciência

E me fez sentir vivo outra vez.
Estava tão perdido em meu mundinho que ainda não havia me dado conta que poderia saber que amor existe, que pode acontecer. Ontem eu havia perguntado para algumas pessoas o que é o amor, logo depois nenhuma resposta me satisfazia, mas afinal "quem inventou o amor (Renato Russo)"?
Naquela noite eu olhava e olhava, sem nada em troca, ficava olhando sozinho e era tudo muito bom e ruim ao mesmo tempo, porque ela estava perto e da mesma forma que estava tão perto, um enorme espaço havia entre nós. Tinha um sorriso misterioso (espero que um dia possa ouvir seus mistérios) e por mais que fingisse, ela tinha a certeza que eu estava olhando e não me cansava. De repente me vi mais perto ainda, dentro de um compartimento de seis vidros que somavam com mais dois de seus óculos. Viajamos alguns minutos. Sim, Viajamos! Pra mim foi uma longa viagem, mas como quase tudo na vida, teve um fim. Segurei bem firme sua mão (foi a primeira vez que a senti), segurei ao ponto de não querer mais soltar, mas tive que soltar. Finalmente cheguei em casa. Subi as escadas. Cansado, depois de alguns tragos de cigarro, fui me deitar. Já era dia, mas tinha um ar sombrio da noite. Olhei para as quatro paredes, nada restava além de mim naquele espaçoso quarto. Relembrando do passado e de uma pergunta chave que me fizeram, o quarto começou a encher de água. Primeiro, o passado que belisca. Segundo, a pergunta: "Já amou?". E eu pensei nessas duas coisas tentando fazer com que uma completasse a outra. A resposta da pergunta foi direta e sem pensar duas vezes: "Não, meu caro, nunca desfrutei desse enorme sentimento de palavra tão pequena, estou esperando as portas se abrirem, o problema é que joguei no mar as chaves esperando alguém achá-las, paciência...". Choveu por dois dias inteiros. A salvação? Uma voz que me guia falava comigo, mora há alguns quilômetros de mim. E foi exatamente outros quilômetros que me fizeram achar outra pessoa, talvez até melhor e maior que a primeira que renderia uma longa história inacabada, por enquanto. O bom é saber que enquanto eu tento encontrar a chave das outras, outras tentam achar as minhas, espero que exista coincidência para ambos acharem as chaves um do outro, paciência...

Vago

Uma certa amplitude essa que me incomoda. É tudo tão vazio e sem sentido... Mas nada notório, porque é questão de se misturar ao ambiente, numa espécie de camuflagem, talvez como forma de proteção.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Miscelaneando


Se perder no seu próprio esquecimento é viver cegamente, o passado sempre é bom, mesmo que turvo. Não adianta apagar a lama deixada pelas botas
Sair gritando na rua é desespero
E amar já se perde no sentido, virou clichê
Quem sabe a própria utopia pode ser utópica também?
Espelhos são bem-vindos, tragam-me de monte
Coração é aleijo natural, a gente já nasce com “defeito”
Listar é quantificar coisas que desprezam o qualitativo
Aprender é usar com eficácia os ouvidos e enxergar o interno
Viver é prova olímpica, recordes são impossíveis
Descartar é desumano, mas afinal o que é humano?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Amém

Faça o maior esforço possível para solucionar seus problemas, construa uma enorme barreira perante seus medos e os conheça muito bem antes, pois talvez seus maiores medos sejam as soluções para te fazer uma pessoa melhor, como numa espécie de prova e só depois disso permita criar essas barreiras, quando necessário. Se desfaz de egoísmo e orgulho, ambos te jogam no trânsito numa espera de assassinato esperado.
Não é conselho e nunca será, é a minha oração diária. Até agora são palavras vomitadas que não ficam muito tempo dentro de mim, quem sabe um dia eu permito a absorção. Até lá: amém.

sábado, 22 de outubro de 2011

O sujo

Por mais que ele tomasse banho, a sujeira que estava contida em seus poros, não saia. E de pensar que ele era tão lindo, me dá um desgosto de olhar no espelho agora, porque o ele era eu, mas parece que fui perdendo a essência, tudo de mais lindo que havia dentro de mim... e ele (eu) se tornou esse ogro agora. As trombetas  tocam, avisando a hora da morte, mas não dou ouvidos, não ligo. Por mais que me avisem o quanto sujo sou, mais desmerecedor das coisas que ganho me torno e vou vivendo assim, ou quem sabe morrendo, atolado na lama em que vivo. As luzes apagaram, me faltam um monte de coisas que podem estar pertinho aqui do lado ou em alguns quilômetros. E quem pode me dar colo agora?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Procura que acha, quem sabe...

Do tamanho do mundo, dando passos maiores que o normal, os pulmões já cansados, depois de quatro ou cinco tragos de cigarros, o menino atravessou aquela ponte que parecia não ter mais fim, esperando encontrar o pote de ouro. O garoto parecia ter sede do pote, se reergueu depois de uma longa vida procurando aquilo, foi um caminho árduo até ele quase satisfazer-se. Mas não era o que procurava. No fundo, faltava algo mais, algo mais quente, mais mais.
Olhou pra lua, percebeu que a sua ida até a ponte, era apenas uma das milhares de tarefas pelas quais ele ainda iria passar, até então sentar, fumar mais um cigarro e dormir tranquilo.
A vida continua, meu caro. A única resposta que ele achou é que a gente só se aquieta, quando temos certeza de que as vírgulas sumiram, quando os pontos se fixarem no final das contas e estacionarem. E a toda página, existirão milhares de potes, no final de pontes, mas só um destes valerá a pena e, muitas vezes, nem saberemos se é o que realmente procurávamos. Procura que acha, quem sabe...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

?

Que tolice querer saber do que se passa aqui dentro, nem mesmo eu sei.
É tarde demais pra pedir desculpas agora.
E eu sinto que fotos apagadas não me tiram da memória você.
Estou dentro de um aquário agora e sinto que a qualquer momento vou ser devorado por tubarões, onde ninguém pode me socorrer.
Eu disfarço cada dente mostrado, cada riso, merecia um prêmio agora.
Corre, mata quem me sufoca!
Me mata, prefiro o inferno logo a tentativas inúteis de enforcamento.
A cada passo que dou eu me pergunto: "será que está bem?".

O que me resta se não esperar o dia de amanhã? Que espere pouco, daqui do longe cansa muito.

domingo, 20 de março de 2011

Um dia

E me leve e me bata.
E me chute e me fala
Que eu sempre fui aquilo que você procurava
Porque eu sei que achei tudo o que me faltava

Me abrace e me proteja
Estou seguro e que assim seja



Um dia não faltará palavras e rimas. Hoje só me falta pessoas.
E tenho certeza (vou tentar ter) que enquanto a lua se forma, enquanto todos se aprontam pra dormir, eu sei que  entre tudo isso, você dorme também, sem saber de minha existência, como também não sei da sua. Um dia te direi versos. Essa mescla de coisas, lá no fundo é bom. Estou acumulando tudo que posso para um dia e só um dia, poder te dar e me doar. "Faço longas cartas pra ninguém", por enquanto você é isso: ninguém. Ainda não tomou forma alguma e nem faço idéia de como seja, mas a porta está ali.
Um dia não faltará nenhum tipo de sussurro baixinho, um dia não faltará gente em casa, terá alguém que esteja me esperando.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Um balde cheio de saudade

          Se saudade já não exprime de fato o que eu sinto é porque o sentimento é maior ainda. Se amor é palavra pequena (no sentido) e não expressa realmente o que sinto, pq é mais que amar. O que farei com todas essas perturbações? Juntarei toda essa miscelânea e matarei tudo num simples gesto: um abraço. E eu sei que logo, logo, a gente se vê e poderei olhar pra você com todo sentimento que eu possa juntar e te dizer pessoalmente: "Eu amo vc, isso basta!"

Do que me resta

            Que o restante de tudo aquilo que eu chamei um dia de melhor, não se acabe. Temeria qualquer coisa, caso duvidasse da existência do meu amor por todos, mas a única certeza que me resta é que agora os melhores serão eternos e assim espero. E mesmo que a mesma onda me derrube, que as mesmas coisas aconteçam, ainda terei outros e outros melhores pra me socorrer. Não é utopia, amor é eterno.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ponto de vista

      Sei que religião é coisa que ainda há de evoluir bastante e que ainda muitas coisas irão mudar, depois de uma boa e longa discussão, mas lendo certas coisas hoje a tarde, pensei em expor algumas coisas por aqui. 
       Os católicos e evangélicos acham que Satanás compete com Deus, mas se ele compete com Deus, ele tem que estar no mesmo nível, e não há nada parecido com Deus. Pra mim satanás não existe, pra mim e para os Espíritas. "Anjos", mesmo que caídos, têm que ter um toque divino e não faz sentido eles serem maiores que Deus, Ele é justo e precede tudo aquilo que conhecemos e desconhecemos, não vejo razão pra que tenha algo que Ele mesmo possa temer, algo que ele mesmo fez. O mal está solto, mas não personificado num velhinho que tem chifres, isto apenas foi um modo de que os Gregos (eu acho) arrumaram de dar face ao desconhecido.
      Para os católicos, a gente nasce e já é pecador, não tem pecado maior ou menos e sim, apenas, pecado. Para ser perdoado é preciso arrepender-se. Como a gente têm que se arrepender de ter nascido se, para os católicos e todos os cristãos, a vida é coisa de Deus? Devemos nos arrepender por Deus nos ter dado vida, pra só assim sermos perdoados? Não me diga que a gente se arrepende de tudo na vida, por favor. Ou seja, ninguém vai pro céu, porque ninguém faz NADA, uma parte ou a maioria das coisas que dita a bíblia. "Olhei pra bunda de fulana" é um tipo de adultério, mas ninguém vai pedir perdão a Deus por isso, ou seja, vou pro inferno, porque pequei e não pedi perdão. É daí que acredito na reencarnação, que serve pra uma melhoria de nossa moral, creio que estamos de passagem pra aprender um pouco mais das coisas. Uma criança que morre, eu acho muito pouco tempo pra ela ter noção do que é Deus, muito menos vida, muito menos arrependimento, vejo a necessidade dela ter mais chances para entender mais sobre essas coisas. Acredito que a vida terrena é muito curta, precisamos de outras mais pra aprendermos. Aqui é uma escola, basta termos consciência das principais matérias que devemos aprender, além de passarmos por algumas provas, nada é de graça.
      Não quero impor nada. Uma coisa que me disseram hoje é que temos que ouvir, e escutar é uma coisa que farei durante um bom tempo. Portanto, ouvir e ser respeitado é um bom começo.

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" (Chico Xavier)

"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei" (Allan Kardec)

Quem desiste, "dexiste".

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Retalhos costurados.

Eu rasguei alguns retalhos de dias anteriores e atuais, busquei ajuda dos Detonautas e Stone Sour, costurei, costurei e costurei...

...depois de filmes como esse, eu fico meio bobo. Recebi um SMS que só veio fazer sentido depois de algumas horas. Eu sei que entre esses sorrisos e alegrias te falta alguma coisa, porque também me falta e nós nos parecemos muito. Eu não te conheço, mas sei que andas por aí, nessas ruas escuras onde o mal habita e os ratos roem as estrelas, que são as únicas coisas que restam de bonito, além do seu coração. Eu te vejo atrás de uma substância sólida e amorfa. Nunca é tarde pra um beijo de boa noite e nunca é tarde pra uma resposta, “um dia você responde, que eu sei”. Lua, desculpa se te olhei demais pensando besteira, assim como o infinito eu sou muito complexo e preciso de muito estudo até que se tenha alguma certeza. O problema é que somos dois, eu também queria me levar a sério. Eu talvez não tenha dito coisas boas do meu dia, porque talvez nada é bom quando lhe falta algo. “É só deixar rolar e sempre... é só deixar rolar”. E se eu sou alguém que sirva pra compartilhar, obrigado! Mas esqueci de dizer que você seria uma ótima companhia pra dividir as minhas coisas, quem dera eu pudesse escolher e dividisse meu coração, mas sou bicho complexo, tenho uma gripe forte, acho que me entendeu. “Eu não vou te perder...” Eu já disse que te invejo? Carrega essa tua “gravidez” adiante e nutre esse teu filho, com toda a tua garra, lembra que você é adolescente, “eu adoro adolescentes com pensamentos de adultos e que me façam arrancar sorrisos. Durmam bem, adolescentes. Amanhã é um novo dia e ninguém sabe o que vos espera.”
Remember what you're staring at is me. Feels like home, sitting all alone inside your head. Cause I'm looking at you through the glass.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu amo, eu adoro...

Amar e adorar,
   o que diferencia?
       O tempo? Ou a gente não diz que ama em pouco tempo por orgulho, pensando que possa parecer falsidade?
Existe um prazo pra amar?
"Daqui a uns... uns 30 dias eu te amo."
Eu amo agora, em um segundo de olho. Mas posso adorar em anos de convívio.
Tempo? Ah! Que se dane!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

E eu aprendo com isso, com tantas outras coisas...

Diariamente eu vejo as pessoas vendendo seus corpos por preços baratos, não que corpo tenha valor, realmente não tem e não devem ser vendidos. Não justifica tornar os humanos meras embalagens descartáveis que depois de usadas, jogam-se fora. Diariamente vejo pessoas perdendo seus valores, por coisas inúteis, até mesmo por outras pessoas que não devem ser enquadradas no nome “ser humano”, estão mais pra “desumanos”. Diariamente vejo queimarem dinheiro e as crianças gritando por fome. Diariamente eu vejo o homem regredir cada vez mais, atingindo um nível crítico de ignorância. E eu só faço aprender. Aprendo também que o que mais pensei que fosse pra sempre não é. Temos tanto medo de darmos uma segunda chance pra nós mesmos, que generalizamos tudo depois de um erro, como se as mesmas coisas fossem acontecer como num pesadelo contínuo. Espero que o vento sopre em minha direção e que as poeiras deixadas vão embora, mas que deixem certo aprendizado. Diariamente aprendo vendo, sentindo e modificando as coisas, tirando certos quadros do lugar. Assim... Eu aprendo, só isso.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vácuo [2]

Cansei de andar, sou viajante de meus próprios sentimentos, mas queria compartilhar estes com alguém, andar sozinho ou cansa, dói ou ambas as coisas. Espero que eu aterrisse agora e pare de procurar as pessoas, quem sabe eu procurava em lugares errados: baldes de lixo, esgotos, poços ou no escuro. Tive uma leve sensação de que seria melhor ou diferente, mas as abreviações me perseguem, a dúvida, a curiosidade em saber do que se passa, continuam as mesmas, por isso acho que ficará na mesmice. Acho que acertaram em cheio o meu maior medo. Meu medo agora é que o medo se torne verdade. 
A caneca vai secando, as pernas já imobilizadas, de tanto correr em busca do nada, vão ficando cada vez mais inertes. Eu só queria dar uma de "Peter Pan", as coisas só complicam depois de uma certa idade. 
Eu só queria saber por que humanos precisam tanto desse monte de coisa misturada aqui dentro? Desse monte de baralho desordenado? De tanta saudade? De um tanto de tanto? Ah! Me explica aí!
A gente volta sorrindo, a gente agradece a tudo e por tudo, mas em segundos a ficha cai e percebemos que foram erros os agradecimentos, que nem sempre as coisas que pedimos vêm. E abastecimento de paciência, pra mim já deu.
Eu poderia sossegar, eu poderia muito bem está numa rede, eu poderia muito bem estar sorriso sem temer a nada e a ninguém, eu poderia tantas outras coisas, mas a que eu mais queria está longe dos meus olhos e numa distância não precisa.
"O que eu procuro ainda não tem nome". O que eu procuro não tem carne, quem dera tivesse ao menos coração e cérebro. Vagarei nesse longo túnel em busca de explicações, de ombros e abraços. Mesmo desacreditado e impaciente, espero que a ponta de esperança que ainda me resta, se transforme em alguém que eu possa ligar e chamar de amor, que ligue pra mim perguntando se estou bem e que me diga coisas como do tipo: "não vivo sem você". E o amor é brega, é breguice necessária e necessito de uma coisa assim pra pelo menos parar em temer a solidão. Até os amigos vão sumindo como cera de vela acesa, mas "na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", portanto, nenhum amigo se cria do nada, nunca os perderemos, mas se transformam ou em desconhecidos ou em pessoas quaisquer, mas nunca os perdemos pra sempre, sempre sobra algo dentro da gente. Eu queria sentir aquilo que as pessoas falam tanto, um dia eu tentei sentir, não foi nada bom, faltou reciprocidade.
Eu acho que preciso de um recarregador, que me abasteça de alguma coisa boa, seja ela qual for e me faça esquecer dessa coisa vaga que existe, um exorcista até que poderia me ajudar a, pelo menos, limpar a sujeira em qual me encontro.
Depois de quilômetros de pegadas feitas e milhões outras coisas, a esperança ficará armazenada, só esperando o dia em que eu disser: "Agora sim, satisfeito, amém!"

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sem Coerência

O foco voltará aos teus olhos, mas sem a luz dos meus para te guiar.
Vamos peneirar as coisas, até que sobrem as que realmente precisamos.
Tens o tempo do mundo pra reerguer teu castelo egocêntrico.
E se explodir, alguém surgirá em busca de juntar os cacos que restaram, sempre tem alguém “dando sopa”.
Transferência disso ou daquilo. É que às vezes não tenho opção de escolhas: “quem não tem cão, caça com gato”.
Idiotice crer que o invisível vive, que o inexistente mora, em seu coração.
Como numa tempestade, ficam os sobreviventes, estou bem, estou ótimo, estou sorrindo e nenhum “sábio” irá imaginar do que se passa aqui dentro. Já disse antes: um sorriso é desproporcional ao rosto, prefiro esconder dentes do que atirar facas.
Sem coerência nenhuma penso, vivo ou amo. É melhor não ter nexo e viver a vida mais alienada. Mas quem me conhece de fato, aprende que minha coerência é fácil de ser traduzida, apenas me ame.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Vácuo

Um pouco de pessoas aqui, por favor!
Quero overdose de gente, só pra encher um pouco esse copo vazio.
De overdose aí dentro, só se for de vento.
Quero beber humanos!
Me embreaguei algumas horas nos bares, por outras numa esquina ou noutra.
Mas nunca, nunca fui bater num hospital por ter bebido demais.
Aqui é contrário a tudo: quando menos se bebe, mais hospital se vê.

Desaparecendo

Como numa vela quase acabando, meus sonhos vão tomando a mesma proporção da chama. O que mais me decepciona é que a causa disso tudo é meu próprio sangue. Não tenho opções, nem escolhas, sigo ordens. E depois o egoísta sou eu.

Overdose de Anjos

Essa overdose é seletiva. Nunca estou só. Embriago-me aos poucos e como um vício eterno, sempre estarão comigo. Passo por todos os sentimentos conhecidos, o que mantenho, principalmente, é o amor. Com sinceridade, abraço todos os meus vícios feito uma mãe. Sentimento ágape que pretendo manter aceso por um bom tempo. Meu sangue me esnoba e através de meus pontos de equilíbrio, supero as barreiras. Como cápsulas, eles são ingeridos constantemente, pois necessito deles. Se um falta, por dias ou horas, já me sinto saudoso.
Uma vez tive um sonho. No meio dele, minha mãe interrompia na melhor parte. Ainda acordado vi alguns anjos, pensei que ainda estivesse dormindo, mas não, era real. No que pensei que seria um mero ponto, meus anjos transformaram tudo em vírgulas, meu sonho não acabou, está apenas começando. Ahh! Tenho overdose de anjos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Liquidificador

Sair andando pelo mundo em busca de quebrar vidraças, talvez nem sirva.
Tantos pingos caindo como meteoros em cima de todos, nem resolve.
Buscar a solução seja a solução, mas a solução anda pelo mundo e eu aqui quebrando vidros.

Pelos olhos, a face nega as lágrimas derramar
Pela força do coração, ele teme a bater.
Olhos tristes, coração acelerado, por isso renego das gotas ao pulsar.
A beleza, se é que há, distorce com a larva salgada dos globos, por isso renego das gotas ao pulsar.
Se ladrão é pecado, o ser que anda entre os humanos me roupa, mas ninguém vê, ninguém vem me perguntar.
O mundo cala, cega e surda.
Um real é pouco, mas um real de sentimentalismo para uma pedra é o suficiente e se torna caro.
Eu deixei de acreditar, pois valores egocêntricos foram maiores, apenas deixei de crer nisso ou naquilo.
Se soubesse ao menos manipular os sentimentos, permutaria alguns e deixaria outros habitarem por aqui.
Ah! E que vontade de soprar um maço de velas e tomar, no mínimo, algumas cápsulas de soníferos.
Até que como numa utopia, eu acordaria dentre a maioria.
E no dia que isso acontecer, espero que esteja presente toda a menoria.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mundo

O mundo em dígitos e eu sem nada pra fazer.
O mundo cheio de gente e nada me interessa.
O mundo falando em amor e eu não tenho razão e nem motivos  pra acreditar em babacas.
O mundo prestando atenção nos outros e ele se auto-destruindo.
O mundo amigo e nada te abraça ou consola, talvez estrelas.
O mundo habitado e o que grita é o silêncio.
O meu mundo tão cheio de coisas, mas ninguém pra compartilhar nada.
O seu mundo tão distante e eu nem sei quem és.
O nosso mundo traçado, coincidente ou nenhum dos dois? Ou quem sabe os dois?
O mundo cheio de órbitas, de infinito, de estrelas e ainda existe vácuo?
Apocalipse... Seria loucura pensar que é positivo?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sintoma

A folha cai sobre meu rosto, coisas que escrevi:
"Veja tudo menor do jeito que é! Você é um ser pequeno.
Eu vejo muito além do normal, sou maior.
Tenho asas, modifico os sintomas de dor com sorrisos dolosos disfarçados e sobrevôo os sentimentos alheios."
Caneta. Mais papel. Termino de escrever:
[...]Vejo o sol, a lua, você. Arde, esfria, relembro. Vejo o sol, a lua, você.
Estou com fome. Sacie minha fome! Fome dos outros ou até mesmo sua.
Ando de lá para cá, mas o único barulho que ouço é o da chuva.
Nada toca, nada fala, o coração pulsa, só isso. Seus ritmos acompanham o barulho da chuva agora. Mas mesmo assim, não ouço o necessário: o som consolador do nome oculto que está lá fora, andando ou matando mais alguém, além de mim. Relaxado e sem consciência alguma eu durmo de porta aberta, esperando um sussurro: “Boa noite, estou aqui agora!”.
A chuva molhou tudo. O tempo ficará responsável de terminar...


Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você

domingo, 5 de dezembro de 2010

SMS

E te digo daqui de cima, daqui de longe, daqui distante.
Nunca deixei de te amar... 
Calma, deixa eu concluir!
O meu amor mudou de contexto.

Pra ler gritando

E ainda que eu falasse a língua da maioria, eu não seria eu, seria eles. Não me calo, eles que criem os calos!
E ainda que eu voltasse no tempo, não tentaria mudar, porque fiquei mudo tempo demais.
O que foi escrito, cantado, falado... Não cessa, o que cessa é ponto final. Escrever, cantar e falar são coisas que depois de feitas, não acabam, marcam e não deixam de existir: ficam!
O que cala é fraco, os fracos calam. Os fortes calejam, da voz ao pé. Gritam, choram, andam e correm.
As proporções se tornam desproporcionais, não estacione, não mude (não cale)!

Má conjugação

O verbo mal conjugado: Se está no presente temos dúvida do futuro; pensando no passado, influências presentes.
Amar, auto se conjugue!
Eu...
Você...
Nós...
Plena confusão
Quem sabe, por uma má conjugação.

Pontos sequenciados

Ontem, hoje, amanhã. Filtrar, selecionar, separar diminuir... Pessoas, gente, homens e mulheres -vícios-. Começo, meio, fim, começo, meio... VIDA.
Amar, eternizar, morar, habitacionar. Corpo, abraço, alguns, sim e não ou sinceras hipocrisias.
O tempo mostra que existe um filtro dentro da gente. A cada dia, meu coração olha as pessoas que constantemente atravessam meus olhos externos. Todo meu conjunto mostra que são poucas as pessoas que realmente importam, daí o filtro. Muitos passam, poucos eternizam, raras são as tatuagens.

A sequência é clara. Sequencie! Perceba, visualize! Ligue os pontos, as dicas... Ligue a vida! A vida é feita de palavras soltas, ligar os pontos é o melhor do mistério da vida, nunca se sabe quando o ponto é cego.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

De se sentir... Saudade

Bate o sono, falta assunto, me falta.
Me sinto saudoso, mas não me sinto o eu, pois sou só. Falta algo, me falta.
Falta complemento, falta que me faz...
Pele na minha pele, lábios na minha face, contato.
Preciso!
Você pluralizado ou por si só, mas preciso.
Sangue ou não, mas preciso.
Água, sal, areia, ilha. Formou uma ilha. Os três olhos expeliram água, salgada.
A poeira do meu quarto foi acumulando. Ilha formada.
Anjos, asas de fumaça... Acabaram de passar.
Não!
Esquecimento. Monotonia. Folhas. Lixo. Roupa suja.
Não! Não preciso.
O que preciso tem nome, tem nomes, tem carne, tem amor.
Tenho amigos.

Felicidade em tê-los, felicidade em saber da existência. 
Peneira foi ficando mais seletiva e o funil cada vez mais apertado. 
O pouco se torna muito. O meu amor é certo e não duvidoso, tenho certeza.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Conver[Pen]sação

-E você mais uma vez interferindo nos meus pensamentos, mais uma vez agindo sobre mim, sem eu perceber ou fingindo que não. Lá vem você com esse papo de poesia, de conversa boa, as vezes barata.
-E lá vem você mentindo mais uma vez pra mim, como se eu também não tivesse medo de assumir que o que construímos já é necessário pra dizer que te gosto.
-Pois é... Calemos a boca! Tome jeito! Me tome! Eu me dou, me empresto a ti, se preciso for, mas fique aqui enquanto habitar no meu ego, me influenciando e mantendo esse fluxo, essa ponte que interliga você a mim.

Pen[Sen]sações II

Vejo vocês ressonando. Paro. Observo. Penso: não quero isso pra mim, morrerei aos cinquenta. Vejo-me. Paro. Observo-me. Penso: eu sou mais um de vocês, estou morto faz tempo, mas ainda não apodreci, por isso que nem eu e nem vocês perceberam isso.

Pretendo mudar, mas mesmo assim não deixarei o mau cheiro para trás, afinal sou gente. Pessoas fedem, na proporção em que vão criando conceitos, maturidade, opiniões, preconceitos, a não ser que respeitem o meu, o seu, o nosso e s p a ç o.
Caso feche os olhos para tudo isso, tenho medo da profunda solidão que posso ficar, pois posso manter-me calado, fechado, lacrado, solidado para sempre. É melhor estar junto ao podre, na lama, no podre, em podre, com podre, podre, porque sei que estarei vivo, me sentindo vivo, incluso neste espaço e mesmo no fétido mundo que habito é melhor existir do que querer desistir de existir, não quero solidão, nesse caso... Que venha o odor!