Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Liquidificador

Sair andando pelo mundo em busca de quebrar vidraças, talvez nem sirva.
Tantos pingos caindo como meteoros em cima de todos, nem resolve.
Buscar a solução seja a solução, mas a solução anda pelo mundo e eu aqui quebrando vidros.

Pelos olhos, a face nega as lágrimas derramar
Pela força do coração, ele teme a bater.
Olhos tristes, coração acelerado, por isso renego das gotas ao pulsar.
A beleza, se é que há, distorce com a larva salgada dos globos, por isso renego das gotas ao pulsar.
Se ladrão é pecado, o ser que anda entre os humanos me roupa, mas ninguém vê, ninguém vem me perguntar.
O mundo cala, cega e surda.
Um real é pouco, mas um real de sentimentalismo para uma pedra é o suficiente e se torna caro.
Eu deixei de acreditar, pois valores egocêntricos foram maiores, apenas deixei de crer nisso ou naquilo.
Se soubesse ao menos manipular os sentimentos, permutaria alguns e deixaria outros habitarem por aqui.
Ah! E que vontade de soprar um maço de velas e tomar, no mínimo, algumas cápsulas de soníferos.
Até que como numa utopia, eu acordaria dentre a maioria.
E no dia que isso acontecer, espero que esteja presente toda a menoria.

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