Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mundo

O mundo em dígitos e eu sem nada pra fazer.
O mundo cheio de gente e nada me interessa.
O mundo falando em amor e eu não tenho razão e nem motivos  pra acreditar em babacas.
O mundo prestando atenção nos outros e ele se auto-destruindo.
O mundo amigo e nada te abraça ou consola, talvez estrelas.
O mundo habitado e o que grita é o silêncio.
O meu mundo tão cheio de coisas, mas ninguém pra compartilhar nada.
O seu mundo tão distante e eu nem sei quem és.
O nosso mundo traçado, coincidente ou nenhum dos dois? Ou quem sabe os dois?
O mundo cheio de órbitas, de infinito, de estrelas e ainda existe vácuo?
Apocalipse... Seria loucura pensar que é positivo?

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