Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Pra ler gritando

E ainda que eu falasse a língua da maioria, eu não seria eu, seria eles. Não me calo, eles que criem os calos!
E ainda que eu voltasse no tempo, não tentaria mudar, porque fiquei mudo tempo demais.
O que foi escrito, cantado, falado... Não cessa, o que cessa é ponto final. Escrever, cantar e falar são coisas que depois de feitas, não acabam, marcam e não deixam de existir: ficam!
O que cala é fraco, os fracos calam. Os fortes calejam, da voz ao pé. Gritam, choram, andam e correm.
As proporções se tornam desproporcionais, não estacione, não mude (não cale)!

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